terça-feira, 9 de junho de 2020

Três meses de Pandemia - Caminhos e Soluções na Educação

Três meses de Pandemia - Caminhos e Soluções na Educação 
Frank Viana Carvalho

O mundo inteiro está apresentando respostas educacionais para que o processo educacional continue em meio à crise do novo coronavírus. Em minha perspectiva de pedagogo, gastei um tempo considerável pesquisando sobre o que está acontecendo em outros países, pois é uma pandemia, uma excepcionalidade. Além disso, há vários exemplos em nosso próprio país. Essa pesquisa foi feita entre os dias 07 e 09 de junho de 2020.
  
Diferentes caminhos para o ensinar e o aprender
A Associação Internacional Global Partnership que promove ajuda e recursos para dezenas de países, numa parceria mundial pela educação afirmou sobre os meios de educação nesta pandemia:

“Não existe uma escolha “certa” para educação a distância no momento. Cada país deve escolher os melhores meios ou uma mistura de meios de acordo com acesso, infraestrutura técnica, conteúdo, capacidade de adaptar esse conteúdo aos meios apropriados à sua disposição e sua capacidade de fornecer aos alunos acesso a essas oportunidades de aprendizado o mais rápido possível.”

A UNESCO, braço da ONU para a educação, além da Internet, sugere vários caminhos para a educação a distância, que envolvem a todos, com inclusão real:

O mesmo incentivo para diferentes caminhos é feito pelo World Bank em suas políticas de educação para o mundo:


Ao pesquisar sobre o que diferentes atores estão fazendo nesta questão, vê-se que eles buscam respostas sem fechar ‘portas’ ou ‘possibilidades’, sem restringir o caminho da aprendizagem às TICs.

1. Na Colômbia (IDH 761, 79º), entre outras possibilidades, estão usando o Rádio, uma tecnologia centenária para o ensino na pandemia:

2. Na Argentina (IDH 830, 48º), além da internet, o uso da TV para educar na época do Coronavírus é oficial, são 14 horas de transmissão diária:

3. Na rica Áustria (IDH 914, 20º), no coração do continente europeu, além da internet, é também oficial o uso da TV para educar nessa pandemia com uma programação 24 horas: https://tv.orf.at/

4. Na Costa Rica (IDH 794, 63º), que possui um IDH dos mais altos entre os países da América Central, além da Internet e da TV, para as famílias que não têm internet, são enviados pelo Correio ou sistemas de entrega, todo o material de estudo impresso e apostilado a partir de um Programa do Ministério da Educação.


5. De volta ao Brasil (IDH 791, 69º).

a) Na UNICAMP, o Reitor Marcelo Knobel afirmou:
“A palavra chave neste momento é flexibilidade. É preciso dar flexibilidade para o estudante nesse momento tão complexo (...) Nós não tínhamos muito preparo [para o ensino remoto emergencial], mas ponderamos diversas questões, como nossa obrigação como instituição pública, de manter o funcionamento de algumas atividades (como nossos hospitais) e acreditamos que o ensino também é parte das coisas fundamentais de serem mantidas”.

A Universidade de Campinas deu liberdade aos Departamentos e docentes para a retomada de aulas e atividades não presenciais:

b) Na USP, mais de 90% das aulas teóricas dos cursos de graduação e mais de 900 disciplinas de pós-graduação estão sendo ministradas on-line. A instituição distribuiu 2.250 kits de internet aos estudantes em situação de vulnerabilidade acompanharem as aulas.

c) No IFRR, além de definirem como Plataforma AVA o Moodle, fizeram um leque amplo de possibilidades, materiais e recursos, e considerando que nem todos têm acesso à internet, estão fazendo chegar aos estudantes livros didáticos e materiais educativos impressos:

d) No IFES, além da internet, estão imprimindo instruções de atividades e apostilas, fazendo com que elas cheguem às casas dos estudantes: https://ifes.edu.br/noticias/19194-coronavirus

e) A Rede Estadual de São Paulo está utilizando a TV Escola e enviando às casas material impresso e kits de estudo:

f) O Instituto Unibanco lançou uma série de podcasts educacionais (seria como ouvir aulas no rádio) para os tempos da COVID-19:

g) A Prefeitura de São Paulo, além da internet, também está enviando material de aprendizagem impresso:


7. Na populosa Índia (IDH 647, 129º), 32 canais de TV Direct To Home (DTH) são dedicados à transmissão de programas educacionais, ampliando sua programação na pandemia para as 24 horas por dia e acessíveis em todo o país. 


8. No Peru (IDH 759, 82º), o governo está lançando mão de todos os caminhos para a aprendizagem dos estudantes: internet, rádio e TV. Além disso, o Ministério da Educação comprou mais de 840 mil tablets para os estudantes e professores.

9. Em outros países das Américas como Chile (IDH 845, 43º), Equador (IDH 758, 85º), Cuba (IDH 778, 72º) e Haiti (IDH 503, 169º), além das mídias digitais baseadas na internet, há muita utilização do Rádio e da TV para educar nos tempos da pandemia.

9. E os Estados Unidos (IDH 920, 15º)? Em Chicago, parte da programação televisiva foi adaptada para a educação dos estudantes. No Mississipi, a Rádio WTVA adaptou sua programação para fornecer programas de ensino à distância para estudantes em comunidades de pouco acesso à internet. Em Cleveland, uma emissora de TV faz transmissões de aulas em função da pandemia. Mesmo no país mais rico do mundo, Estados Unidos, há disparidades no acesso à internet e soluções inovadoras que não se restringem às TICs têm sido utilizadas. A frase da educadora americana Vickki Katz da Universidade de New Jersey (campus Rutgers, em New Brunswick) resume tudo:

"A noção de que devemos interromper o aprendizado digital para todos porque não temos como alcançar igualmente a todos é a preocupação certa, mas é a solução errada."



O retorno presencial e a vacina
Vários países já pensam no retorno presencial. Alguns que realizam educação à distância, após o pico da pandemia, tentaram voltar ao presencial e recuaram (Coreia e França, por exemplo). Avaliam que os riscos só diminuirão de forma efetiva com a vacina, mas deverão fazer novas tentativas quando houver menos infectados com o vírus e os riscos forem menores. Mas algumas experiências de retorno presencial antes da vacina com uma série de cuidados já começam a acontecer efetivamente na Nova Zelândia.


Todas as consultas aos sites indicados foram feitas ente os dias 07 e 09 de junho de 2020.

sábado, 11 de abril de 2020

Diretoria de Ensino de São Roque - Encontro de Formação - PPP

O prof. Frank Viana Carvalho realizou um encontro de formação continuada com os Diretores de Escolas Estaduais de São Paulo, da Região Administrativa da Diretoria de Ensino de São Roque. Na ocasião, ele compartilhou as experiências práticas na elaboração dos projetos do Instituto Federal de São Paulo - campus São Roque, sobretudo do PDI em suas correlações com o PPP e com os PPCs dos Cursos. Eles fizeram uma análise de todas as etapas em seus desafios, dificuldades e caminhos de superação e conclusão. Foram horas agradáveis onde muitas experiências e conhecimentos foram compartilhados.
Parabéns à Diretoria de Ensino, em especial à profa. Catarina que organizou a logística do evento. Valeu pessoal!!!

quarta-feira, 20 de novembro de 2019


O Silêncio em Atividades Coletivas


Quando nos propomos a atividade em grupo às vezes há muito ruído na sala de aula, há muito barulho e pouca produtividade uma forma ideal de conseguirmos sucesso nas atividades é
distribuir atividades, distribuir uma tarefa individual no começo onde eles tenham  que anotar algo tem que ler algo, buscar uma resposta, responder a um questionário marcar um texto
ou seja, você tem que construir alguma coisa no começo individualmente, mesmo já
estando assentados em grupo reunidos em grupo, tem uma primeira parte individual, e aí depois vão compartilhar esse conhecimento com os colegas do grupo, então esse momento é de fato de silêncio. O professor vai estar caminhando pela sala, os estudantes vão estar reunidos ali estudando e num segundo momento do trabalho em equipe eles começam a  compartilhar aquilo que eles estudaram e é interessante dividir as tarefas no  começo, para que eles estudem individualmente no começo porque aí eles têm o que compartilhar com os colegas, se logo de
cara ele já começam a conversar e tentam compartilhar eles ainda não leram, não se aproximaram do assunto não tentaram resolver ainda, então isso gera, às vezes, ruído não produtivo num segundo momento quando eles já leram, já se aprofundaram esse ruído é produtivo esse barulho é produtivo, então fica a dica de como conseguir silêncio nas atividades e como tornar os grupos mais produtivos nesse trabalho em equipe


Silêncio nas atividades

Para um desenvolvimento satisfatório e de sucesso da metodologia do Ensino Cooperativo, alguns elementos que funcionam bem (ou deveriam funcionar) no ensino tradicional devem ser transportados para a nova metodologia.

Alguns cuidados são importantes, e somente um acompanhamento atento e interessado permitirá manter a classe sob controle, no que diz respeito ao silêncio necessário para a aprendizagem. Alguns professores, porém, poderão confundir, a princípio, a movimentação e as conversas necessárias para a aprendizagem dentro dos grupos com o barulho e o ruído.  Assim, alguns cuidados são importantes:

o          NÍVEL DE RUÍDO - Um grupo fala mais alto do que deveria e o tom de voz tende a aumentar, pois a conversa de um grupo impede que o outro grupo se compreenda bem no tom normal de voz; este, por sua vez falará mais alto e isto fará com que o primeiro grupo (além dos outros) fale mais alto ainda, entrando num círculo vicioso e ruidoso.
o          SOLUÇÕES:
1.         Incentivar o grupo a usar a voz “interior”. Isto é, a voz (um tom de voz bem baixo) que só o “interior” (o meio) do grupo ouve e entende. Treinar a classe e dar o reforço positivo para o uso do tom de voz adequado.
2.         Designar um responsável para manter o nível de som (ruído) mais baixo, uma espécie de Capitão Fala Baixo. Um componente do grupo, usando uma linguagem não verbal, estará atento para o nível de voz mais baixo, que possa ser compreendido pelo grupo e controlará os demais colegas. Quando o volume da voz sobe, o professor se dirige a este aluno.
3.         Intercalar atividades onde os alunos lêem ou escrevem mais do que falam. Estes momentos servirão inclusive para que os alunos valorizem os momentos de silêncio.
4.         Caminhar pela sala acompanhando as atividades. Assim como é importante para a dinâmica de aprendizagem e funcionamento dos grupos o fato do professor caminhar pela sala, também é um ponto positivo para manter o silêncio.
5.         Aproximar-se dos que estão conversando. Sem falar nada, apenas a aproximação física do professor constrangerá (ou deveria) o conversador.



quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Três Metodologias Ativas


Aprendizagem Colaborativa e Cooperativa; PBL; e Pedagogia e Aprendizagem por Projetos 

A Aprendizagem Colaborativa e Cooperativa é uma Metodologia Estrutural, isto é, ela é o ‘cenário’ ou a base da organização onde qualquer metodologia ativa encontra o seu funcionamento. Na Aprendizagem Cooperativa e Colaborativa o elemento central é o trabalho em equipes, duplas, e pequenos grupos nos processos de ensino e aprendizagem.

O PBL (Problem Based Learning)  é uma estratégia didático-metodológica centrada no aluno, pois sua experiência acaba tendo um significativo papel ao vivenciar a experiência de resolver um problema real enquanto se aprende mais sobre os temas relacionados ao problema. Nessa metodologia, o aspecto central não é a resposta ou o feedback final, mas sobretudo o desenvolvimento das habilidades e competências necessárias à resolução de problemas de um dado contexto, natureza ou enfoque.

A Pedagogia e Aprendizagem Baseada em Projetos é um caminho de ensino no qual os alunos adquirem conhecimento e desenvolvem habilidades estudando e trabalhando de forma complexa em um maior período de tempo onde irão investigar e responder a um desafio, uma questão, um problema ou mesmo o desenvolvimento de estratégias ou produtos.



Meta-análises sobre Metodologias Ativas e Cooperativas


Metodologias Ativas e Cooperativas
O Aumento da Aprendizagem, da Performance, e do Rendimento Acadêmico

No final do século XX uma ampla revisão envolveu 122 estudos anteriores buscando analisar a influência e o impacto das metodologias ativas e  cooperativas no desempenho dos alunos (JOHNSON et al., 1981). Os resultados mostraram que desafios e tarefas que envolvem a utilização de aprendizagem ativas e cooperativas resultam em maior desempenho dos alunos em comparação com tarefas individualistas ou competitivas. Nas pesquisas, Johnson et. al. (1981) destacaram quatro categorias ou modelos de ensino e aprendizagem que enfatizavam as seguintes posturas e ações metodológicas:
Modelo  Organização
Cooperação  Grupos em cooperação
Competição  Grupos em competição
Competição  Alunos individualmente em competição
Individualista  Alunos individualmente

Isso possibilitou seis comparações diretas e, em todas, o modelo de grupos cooperativos se mostrou superior, inclusive em relação ao modelo dos grupos competitivos, que, por sua vez, foi superior aos outros modelos.

Posteriormente, Cary Roseth et. al. (2008) pesquisaram os efeitos da aprendizagem cooperativa através de uma meta-análise de 148 pesquisas internacionais e demonstraram novamente que ela é mais eficiente e eficaz em promover a aprendizagem quando comparada a outros modelos de natureza competitiva ou individualista (competitivo g = 0,46; individualista g = 0,55).

Em 2013, Eva Kindt et. al. realizaram um novo estudo, desta vez com 65 pesquisas internacionais a partir de 1995 envolvendo a aplicação da aprendizagem cooperativa no ensino fundamental, médio e superior. Nessa meta-análise, três categorias de análise comparativa estiveram presentes: realizações, atitudes e percepções. Ainda que variáveis, tais como domínio de conhecimentos, idade e cultura atuem como moderadoras dos efeitos, em todas as categorias a aprendizagem cooperativa se mostra mais efetiva e produtiva que os modelos de educação tradicional (individualista e competitiva).  (Carvalho e Andrade, 2019, p. 25).



Referências:
CARVALHO, Frank Viana; ANDRADE NETO, Manoel. Metodologias Ativas: Aprendizagem Cooperativa, PBL e Pedagogia de Projetos. São Paulo: República do Livro.  122 p.  ISBN: 978-85-85248-02-4. 2019, p. 25.

Metodologias Ativas


Faça parte do novo e permita-se adentrar na vanguarda educacional ao conhecer as ‘Metodologias Ativas’, poderosas ferramentas de ensino e aprendizagem que, em ambientes de cooperação, promovem o aumento da aprendizagem e da performance acadêmica, a educação socioemocionala capacidade de resolver problemas, a consciência crítica e construtiva, e o almejado desenvolvimento de habilidades, competências e valores.

O Incentivo à Utilização

das Metodologias Ativas

As metodologias ativas têm sido alvo de diferentes abordagens por pesquisadores de vários centros educativos de todo o mundo por uma razão principal: através desses modelos de ensino os estudantes se tornam de fato protagonistas – eles se engajam ativamente na construção do conhecimento. Logo, o objetivo primordial dessas propostas de ensino e aprendizagem é motivar os alunos para que se desenvolvam e aprendam de forma autônoma, cooperativa e participativa, a partir de projetos, problemas e situações reais. Os discentes estarão sempre no centro do processo de aprendizagem, participando ativamente, sendo protagonistas e responsáveis pela construção do conhecimento. Três metodologias ativas estrategicamente se valem da força do trabalho em equipe para a promoção da aprendizagem e construção de competências: a aprendizagem cooperativa e colaborativa, a aprendizagem baseada em problemas e a aprendizagem por meio de projetos.


Formação em São Roque - SP



Araçariguama - SP

Jandira - SP

Araçariguama - SP

Cotia - SP







Três meses de Pandemia - Caminhos e Soluções na Educação

Três meses de Pandemia - Caminhos e Soluções na Educação  Frank Viana Carvalho O mundo inteiro está apresentando respostas educaciona...